Caso 354, Vítima não identificada, Homicídio.
Carter, policial do distrito de New Orleans estava tentando solucionar um caso um quanto peculiar. Em uma sala da penitenciária se encontravam, Carter e um homem vestindo roupas bem surradas e sujas. O próprio homem aparentava não ter muito asseio, devido à camada de sujeira e odor que ele emanava, principalmente o de álcool. Carter já estava ali por horas com aquele sujeito que estava lhe dando repulsa, até que se dirige para a cadeira em frente a mesa que o rapaz estava se debruçando, tudo que o agente podia enxergar era o rosto do homem, iluminado por uma lâmpada suspensa, que insistia em ficar piscando.
- Então, vamos começar mais uma vez, conte-me tudo que aconteceu, quanto mais você mentir, mais ficaremos aqui.
- Já disse seu guarda, eu não matei ninguém.
- Você foi encontrado no local do crime, não sei como conseguiu fazer isso, mas...
-Seu guarda, meu crime é o de ser um bêbado, só isso, nunca matei ninguém.
- Então porque não nos conta como tudo aconteceu?
- Tudo bem... Por onde começo?
- Que tal pelo início?
O homem se ajeitava e puxava um pedaço de pão velho da jaqueta, colocava-o na boca e tirava um pedaço.
- Era uma noite terrível, as ruas da cidade estavam desertas, a névoa tomava conta de tudo, o frio não permitia que ninguém andasse sem estar agasalhado, até os mendigos tinham se escondido da maneira que conseguiam para escapar do clima desta noite. Eu estava na rua como o de sempre, afinal para onde eu iria? Então decidi ir falar com o Bill, tava tirando uma palavra com ele até que entrou um cara, tinha um aspecto de pessoa bem estudiosa, mas parecia esta um pouco mal, pois veio cambaleando e derrubando as coisas. O Bill logo ficou puto com isso e mandou o cara sair da loja, o carinha pediu para ir no banheiro e o Bill disse que ficava lá atrás, o carinha foi para os fundos. Daí escutei um tiro e me escondi atrás das prateleiras, foi quando veio aquele cara, bem forte. O Bill parece não ter ficado feliz com ele lá e os dois foram lá pra fora, então escutei gritos, e o barulho de uma briga. Fiquei paralisado de medo, assim decidi juntar o que restava de homem em mim e ver o que tinha acontecido, quando cheguei perto lembro de ter sentido o cheiro de sangue e algo parecido com cachorro molhado e mijo de gato. Quando sai a única coisa que me lembro foi de ver um par de olhos vermelhos, daí eu apaguei e acordei com os policiais me batendo e me trazendo pra cá. Cara eu já disse não matei ninguém.
- Entendo, então você esta me dizendo que não sabe quem eram o rapaz e nem o suposto assassino.
- É isso seu guarda, o Bill era o único amigo que eu tinha...
Carter se levanta, e dirige-se para um guarda.
- Pode solta-lo, ele não vai falar mais nada, temos que descobrir quem fez isso, ninguém conseguiria arrancar os membros daquele cara desse jeito, principalmente esse ai, mas mande alguém ficar de olho nele.
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-Droga, são coisas assim que vocês enfrentam todos os dias?
-Isso não é nem o começo, se esta com medo é a hora de você se agachar e começar a chorar feito uma garotinha...
